Farrapos de Nuvens

...um dia descobrimos que somos nós quem decide se as nuvens podem mesmo esconder o sol. ...um dia.

quarta-feira, setembro 26, 2007

100'sentido

Cada vez mais.
E mais.
Um pouco menos que ontem.
Mas,de certo, mais que o amanhã me espera.
Espera sempre tanto.
Que o tanto é tão pouco.
Para o mais que ele precisa.
Mas o que me assusta não é.
De todo o amanhã.
É este hoje dado ao pouco.
Do que ainda tenho em mim.
Do que ainda posso dar.
Mesmo quando a vontade é de mais.
O hoje apenas goza do pouco que dou.
E tenho!
E depois de um hoje.
Desesperado.
Chega um amanhã.
Que me desespera mais ainda.
Por não saber o que quer.
Por não saber o que precisa.
Por não saber o que me dá.
Ou o que me tira ainda.


' Quando já nada é intacto
quando tudo na vida vem em pedaços
e por dentro me rebenta um mar
quando a cidade alucina
num luar de néon e de neblina
e me esqueço de sonhar

Quando há qualquer coisa que nos sufoca
e os dias são iguais a outros dias
e por dentro o tempo é tão voraz

Quando de repente num segundo
qualquer coisa me vira do avesso
e desfaz cada certeza do meu mundo

Quando o sopro de uma jura
Faz balançar os dias
Quando os sonhos contaminam
Os medos e os cansaços
quando ainda me desarma
a tua companhia
e tudo o que a vida faz
Em mim

Quando o dia recomeça
e a noite ainda te prende nos seus braços
e por dentro te rebenta um mar

Quando a cidade te esconde
e o silêncio é o fundo das palavras
Que te esqueces de gritar. '

sábado, setembro 22, 2007

Confesso.

Confesso que também tenho.
Aquela saudade que me dá.
Sempre que recordo as coisas boas.
Aquela sensação de que a perder está.
Esta minha vida.
Sinto saudades.
Das coisas que sentia.
Que hoje aprendi a gerir sozinha.
Confesso que sinto.
A falta de um lugar seguro.
Para onde fugir.
Onde me sinta mais forte.
Melhor.
É que sinto!
Mas a opção foi minha.
Hoje vivo das consequências disso.
E se hoje a recordação é triste.
Em outros dias sou muito feliz.
Juro que sou.
Mas como todos também preciso de sentir.
Aquele frio na barriga na hora de ver.
Aquele calor e apoio quando tem de ser.
Confesso que tenho.
Algumas saudades.
Disso.
Confesso que preciso.
De aprender a lidar com isto.


'(...) meu riso é taõ feliz contigo...'

terça-feira, setembro 11, 2007

O dia é de poucas palavras.
Não as quero dizer.
Mas também não as saberia utilizar.
Se quisesse.
Mas há sempre uma música.
Que nunca me fez pensar em ti.
Mas que hoje faz sentido.
Aquela que não te cantei.
Mas na qual descobri que existes.
Quem dera pudesse dar a minha vida por ti.
Ficavas no meu lugar.
A preocupar-te com as minhas inúteis.
Dúvidas existênciais ou circunstânciais.
Por hoje, só.
A música.


"Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.
Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim
.
Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim."

quinta-feira, setembro 06, 2007

Sem título.

Choro.
De tristeza.
E de alegria.
O meu coração apertadinho.
Palpita de orgulho.
Bate desmedidamente.
Como se o Amor ainda fosse pouco.
E choro ainda mais.
Hoje as lágrimas fazem-me sentir limpa.
Porque hoje o mundo faz-me sentir suja.
Muito suja.
A Felicidade de uns.
Tem de representar o sacrifício de outros.
Os de quem mais amamos.
A vida neste aspecto não é nada justa.
E quando não podemos.
Pede mais de nós.
Mas também choro de alegria.
Por ser o orgulho deles.
Como te disse hoje:
Não quero ser rica,mas que eu possa retribuir-vos.
O tanto que hoje fizeram por mim.
O tanto que hoje sei que me amam.
Que Deus me dê a capacidade suficiente para seguir.
Este sonho que hoje é a vossa realidade amarga.
Que o esforço seja recompensado com o vosso sorriso.
E quando eu estiver bem.
Vocês estarão a acompanhar-me.
Na certeza que sem vocês.
Sem esta angústia que hoje sinto.
Nada seria possível.
Um dia eu vou poder.
Eu sei que Deus me acompanha.
E vou poder.
Beijar-te novamente a mão.
Rezo hoje e agradeço por tudo.
Por Ele me ter dado a dádiva de nascer numa família que como todas.
Tem as suas imperfeições.
Mas que sabe demonstrar o Amor que nos une.
Quando mais precisamos.
Orgulho-me muito do nome que tenho.
Que defendo.
Que me concederam usar.
Hoje AMO-VOS com a força de Deus.


As cartas de amor são ridículas,esta é literalmente uma carta de amor e como tal enverga toda a ridicularidade desse amor que a uns faz rir e a outros chorar de alegria.
Se não fosse ridículo,não era, de certo, AMOR.

sábado, setembro 01, 2007

En...

Entrega.
Erro redondo.
Um tentar de novo.
E saber que é mais do mesmo.
Um querer acreditar.
Mas presistir no desacreditado.
Entrega.
Em vão.
Sem recompensa.
Também sem consciência.
Do que faço.
Entrega.
A que me deixa aqui.
Neste pedaço de chão.
Neste pedaçinho de mim.
Entrega.
A mesma que uns vivem.
Á qual quero sempre fugir.
Entrega.
Não a mesma dos outros.
A entrega.
De mim mesma.


'(...) Since you've gone I been lost without a trace,I dream at night I can only see your face,I look around but it's you I can't replace,I feel so cold and I long for your embrace,I keep crying baby, baby, please...'