Farrapos de Nuvens

...um dia descobrimos que somos nós quem decide se as nuvens podem mesmo esconder o sol. ...um dia.

terça-feira, março 25, 2008

Traços de alguém.

Os dias sucedem-se.
As horas voam.
Os minutos perdem-se.
As cores destoam.

O que trocamos.
Não te traz na ausência.
E o quanto nos damos.
Muda a nossa aparência.

As saudades são momentos.
Que duram sempre mais.
As presenças são segundos.
Que não chegam jamais.

O sorriso que esboças.
Esconde sempre coisa alguma.
Que eu tento descobrir.
Sem obter coisa nenhuma.

E é neste sentimento.
Que me insistes em prender.
Sem que saibas que nele.
Eu nunca me vou perder.

E por isto, não me tentes.
Nunca compreender.
Porque o que vês, eu não sou.
O que sou tu não vais ver.

sábado, março 15, 2008

Histórias do desencanto

Detesto o tempo que passa.
Quando não estás.
E quando estás.
Destesto que passe o tempo.

Detesto o vento que corre.
Sem trazer o teu cheiro.
E quando traz.
Detesto que o vento corra.

Destesto ter de fugir das tuas mãos.
Quando não me tocas.
Mas quando tocas.
Destesto que as tuas mãos tenham de fugir.

Detesto que o mundo nos afaste.
Quando nos temos.
E quando não temos.
Detesto que não nos afastemos do mundo.

sábado, março 01, 2008

Aconteceu

Há muito tempo que não sei.
O que foi que aconteceu.
Às promessas que se fazem.
Quando o dia anoiteceu.

Há muito tempo que não digo.
As coisas que julgo sentir.
Porque pode ser verdade.
E a desilusão se repetir.

Há muito tempo que não percebo.
O que foi que se perdeu.
Foi a vontade de lutar.
Ou o pouco que eu tinha teu.

Há muito tempo que não choro.
Por um motivo racional.
Porque sempre que me demoro.
É num sentimento pontual.

Há muito tempo que não sei.
O que é feito desse tempo teu.
Que em tempos tinha tempo.
Para um tempo que era meu.

Agora o tempo não existe.
Para um outro que se perdeu.
Em alguém que desiste.
De ter o que era seu.