Farrapos de Nuvens

...um dia descobrimos que somos nós quem decide se as nuvens podem mesmo esconder o sol. ...um dia.

sexta-feira, maio 25, 2007

Tenho dito.

Andei à procura de mim mesma.
Procurei-me.
Mas não me encontrei.
Em cada volta que dou,encontro uma pessoa diferente.
Daquela que eu era quando iniciei esta caminhada.
Nem sempre fui justa ou boa.
Nem sempre perfeita ou menos má.
Não fui nem sou santa.
Não o quero ser,era um cargo de demasiada envergadura.
E eu não consigo.
Não fui o que as pessoas queriam.
Ou esperavam.
Não sou o que querem de mim.
Simplesmente porque não sonho como elas.
Com as mesmas coisas.
Já desapontei algumas pessoas.
Não tanto como algumas me desapontaram a mim.
Já chorei e achei que não havia mais caminho a percorrer.
Nesse momento parei.
Pensei fazer o que me diziam.
Mas de teimosa não o fiz.
Fosse pelo que fosse.
A queda teria de ter sempre a minha autoria.
Houve tempo em que quis ser o que as pessoas queriam fazer de mim.
Ilusão.Nada mais.
Porque eu não sou assim.
Tentei rir-me de maneiras 'despregadas' só porque todos me diziam que era demasiado séria.
Que estava, ou aparentava estar, sempre de mau humor.
Mas desisti.
Sorrio pelas coisas mais pequenas, porque lhes encontro sentido.
Amo as coisas mais pequenas, porque as acho demasiado grandes.
Sou o que sou, porque ninguém tem o direito de fazer de mim o que não quero ser.
Faço o que acho ser o certo, porque o balanço que terei até ao chão será do tamanho do meu impulso.
Sou o que Deus quer que eu seja, porque este plano Ele só traçou para mim.
Sou FELIZ,porque isso mais ninguém poderá ser por mim.
E assim, pouco a pouco, aprendo o que é crescer.



'I think I coul need this in my life...If you're gone, maybe it's time to come home...'

terça-feira, maio 15, 2007

É isto!

Tirei um tempo ao pouco tempo que tenho.
Decidi fazê-lo porque senti que necessitava de pensar em algumas coisas.
Que me tornaram a pessoa que sou hoje.
Feliz ou infelizmente.
E então descobri que deixei de fazer o que mais dá sabor à vida.
Deixei de gostar.
Deixei de 'gostar de mim'.
Ou passei a gostar mais, não sei.
Mas, fundamentalmente, deixei de gostar das pessoas.
Deixei de dar-lhe credibilidade.
E deixei de me fazer crer, também.
E percebi como isso me faz sentir inquieta e insegura.
Toda a gente precisa de acreditar em alguém, em alguma coisa.
E eu queria ser excepção.
E fui fazendo disso uma verdade que me estava a tornar irremediável.
Estava a ficar demasiado sozinha.
E estou mesmo.
Só porque me convenci de que era o melhor.
Certo é que nem sempre o bom é o melhor.
Mas eu não julgava isto.
E deixei-me julgar por mim própria.
Bem diz a minha mãe:
'Estás uma pessoa amargurada!'
Terá razão?
Pelo sim, pelo não.
Decidi mudar de atitude.
E pelo menos pensar que não acontece o mesmo todos os dias.
Que não tem de ser tudo igual.
Decidi arriscar.
Vamos lá ver.


Rui Veloso - Já não há canções de Amor.

'Um deste dias vou poder
apaixonar-me outra vez
sem me importar de saber
se vai durar um ano ou um mês


Correr e saltar num dia
depois não dormir tranquilo
pensar que o amor é isto
e descobrir que afinal é aquilo


Já não há canções de amor
como havia antigamente


Um destes dias vou ser capaz
de encontrar a felicidade
avançar em marcha atrás
ir de verdade em verdade


Dizer que o amor é aquilo
que ontem estava descoberto
e ver que no fim duma paixão
espreita sempre um deserto


Já não há canções de amor
por não haver quem acredite

E vós almas tão ingénuas
cujo amor não tem saída
que buscais nas tolas canções
o açúcar que adoça a vida


Não percebeis que é o engano
que prova que há uma chance

acertar à primeira não é humano
é a essência do romance


Já não há canções de amor
como havia antigamente
já não há conções de amor
vou investigar o caso
com o máximo rigor
tirar a limpo a verdade
que há nas canções de amor
vou saber se ainda é possível
escrever canções de amor.'

terça-feira, maio 08, 2007

Plano B

Não tenho tido tempo para muita coisa.
Por opção ou por imposição.
O que é facto é que todo o tempo que tenho me serve para descansar.
Para pensar.
Esta aproximação do final de um ciclo da minha vida.
Tem-me dado muito trabalho.
E pouco tempo para tudo.
Coisas que tive de adiar.
Outras de que me esqueci.
E as que fiz questão de não lembrar.
O tempo tem sido canalizado.
Para pensar que rumo hei-de tomar.
Não que a confusão se tenha instalado de novo.
Mas, porque tudo o que é novo nos faz duvidar.
Questionar.
Um necessitar de forças.
Uma falta de tempo imensa.
Por opção ou imposição.
Um crescimento que ao fim de algum tempo.
Começa a dar frutos.


'...o resto é mar é tudo que eu não sei contar...'