Farrapos de Nuvens

...um dia descobrimos que somos nós quem decide se as nuvens podem mesmo esconder o sol. ...um dia.

terça-feira, setembro 11, 2007

O dia é de poucas palavras.
Não as quero dizer.
Mas também não as saberia utilizar.
Se quisesse.
Mas há sempre uma música.
Que nunca me fez pensar em ti.
Mas que hoje faz sentido.
Aquela que não te cantei.
Mas na qual descobri que existes.
Quem dera pudesse dar a minha vida por ti.
Ficavas no meu lugar.
A preocupar-te com as minhas inúteis.
Dúvidas existênciais ou circunstânciais.
Por hoje, só.
A música.


"Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.
Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim
.
Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim."